quinta-feira, maio 31, 2012

Notas sobre uma paixão


Notas de rodapé são como uma moldura fina de um texto.
É como se elas traçassem uma linha em torno do texto que é, ao mesmo tempo, parte e desparte do texto.
Gosto de vê-las na própria página em que aparecem¹ e não ao final do texto, como um apêndice*.
Para mim, elas não deveriam ser relegadas à evitação máxima: "evite sempre que possível".
Aceitaria no máximo a recomendação: use com moderação. Até porque em excesso elas parecem perder a força.
Por vezes, acho que elas são inevitáveis. Seriam vitais?
Ele, o texto, pode viver sem. Já a vida da nota de rodapé depende do texto.

E a vida de quem escreve? 

As notas de rodapé acionam em mim uma 'liberdade' de dizer algo mais que talvez o texto por ele mesmo não ousaria dizer.
As notas dizem algo que poderia não ser dito, mas quer ser dito.
As notas seriam os ditos malditos?
As notas querem viver na margem do texto.
Elas não querem ser engolidas, promovidas ou desperdiçadas.
As notas são canções.

domingo, maio 27, 2012

VADIAS?!

Para quem se importa com a luta feminista, mas não entendeu, não engoliu, ficou confuso/a, indeciso/a, chateado/a com o uso da palavra "VADIAS" na marcha das mulheres, neste maio de 2012, pode ser que este trecho da tese ajude a começar a pensar na questão:

"A mesma possibilidade de repetir normas e atos anteriores é que torna possível a subversão dessas normas e sua ressignificação, segundo Judith Butler (2007). Exemplo disso é a ressignificação de termos usados para ferir, injuriar, desqualificar mulheres, gays, negros/as, sujeitos desviantes. Se os signos são instáveis, reiteráveis e nunca finalmente determinados pelo contexto como sugere Derrida (1986), isso significa que é possível ressignificar palavras que foram feitas para ferir. No lugar de um palavrão que ofende e desqualifica o sujeito, o significado é torcido e recontextualizado. Obviamente não temos controle algum sobre o efeito dessas estratégias subversivas. (O Corpo Rifado, 2011)

A Tese

Agora a tese está disponível online, gente! 

'O Corpo Rifado' com direção de Guacira Lopes Louro.

http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/49081/000827688.pdf?sequence=1

Das memórias empíricas

Há exatos 11 anos, estive entre a vida e morte, 
quem me 'acompanhava', naquele tempo, há de se lembrar.
Lembrei isso no momento exato em que dançava sozinha aqui em casa, embalada por uma música do Legião Urbana, num momento singular/intenso.
De braços abertos, o corpo solto, o pensamento voa:
"lá onde é possível viver, ou, mesmo, onde está, por excelência a Vida".*
"(...) o esquecimento como impossibilidade de retornoe a memória como necessidade de recomeçar."*


*DELEUZE, pensando a dobra.

terça-feira, maio 22, 2012

sábado, maio 19, 2012

esta fome
há de ter
outro nome

quinta-feira, maio 03, 2012